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A Revolução Industrial

  • eduardhenry8
  • 27 de mai. de 2024
  • 4 min de leitura



Na maioria das sociedades ocidentais da atualidade o padrão econômico, social e político é o capitalismo, dadas algumas poucas exceções. O capitalismo consolidou-se especialmente após a vitória da classe burguesa nas revoluções que iniciaram no século XVII (como a Revolução Inglesa), passando pela Revolução Francesa no final do século XVIII e se espalhando pela Europa no século XIX. De uma forma bem direta atingiu as nações americanas que até o século XIX, ainda estavam subordinadas a países europeus, mas quando se tornaram independentes, replicaram os modelos sociais e econômicos de suas antigas metrópoles.

Para além das revoluções políticas burguesas, foi fundamental para a consolidação do capitalismo a Revolução Industrial. Ela marcou um antes e um depois na história. Especialmente porque seu impacto se espalhou para todas as áreas da sociedade. Em suma, significou a criação de inovações tecnológicas e científicas que causaram uma ruptura com as estruturas socioeconômicas que existiam até então.

A Revolução Industrial teve sua origem na Inglaterra, onde havia condições políticas, socioeconômicas e geográficas adequadas. A máquina a vapor foi a base sobre a qual se estruturou todo o desenvolvimento resultante da Revolução Industrial. Esta invenção foi possível graças a alguns elementos, como a existência de combustíveis como o carvão ou o ferro em abundância no território britânico. Junto a esses elementos, outros fatores possibilitaram que a Revolução Industrial surgisse, se desenvolvesse na Inglaterra e



produzissem importantes mudanças que geraram grande impacto na sociedade.

Entre as causas mais importantes da Primeira Revolução Industrial, encontramos, como vimos, o triunfo das revoluções burguesas, abolindo assim o sistema feudal. O sistema de governo inglês era baseado em uma monarquia que havia descartado o absolutismo. Como consequência, a Inglaterra viveu uma época de estabilidade, sem choques revolucionários e com maiores liberdades civis.

A Inglaterra também desfrutava de uma situação de abundância de capital, dada a sua supremacia comercial. O controle do comércio com as colônias, deu origem a um processo de concentração de capital nas mãos de alguns empresários. As fortunas que tiveram origem no comércio de produtos como chá, tabaco ou mesmo escravos foram fundamentais. Tão importante quanto era a existência de uma força de trabalho abundante. As inovações ocorridas no campo permitiram um aumento de produtividade que significou a produção de mais alimentos. Esse processo resultou em um aumento da população, que por sua vez, garantiu o aumento da mão de obra disponível que não era produtiva no campo. O que acabou provocando um significativo êxodo rural com a transferência de grandes contingentes da população do campo para as cidades. Essa população deslocada se tornaria uma reserva de mão de obra disponível para realizar o trabalho nas indústrias.

A existência de certas matérias-primas no território da Inglaterra também facilitou o processo. O ferro e o carvão foram essenciais para permitir o desenvolvimento e a generalização de inovações como a máquina a vapor. Além disso, por ser um território insular, partiu de uma situação vantajosa para comercializar seus produtos no cenário internacional graças ao barco a vapor.


Consequências da Revolução Industrial


Assim como as causas que levaram à Revolução Industrial, as consequências foram sentidas em diferentes áreas. A produção mecanizada gerou uma diminuição do trabalho artesanal. Essa nova forma de produção fez com que as oficinas fossem substituídas por grandes centros fabris. Isso, por sua vez, levou a um aumento da produção em diferentes tipos de produtos, especialmente têxteis.

Com a expansão dos grandes centros de produção industrial, surgiu uma nova classe social: o proletariado. As características desses trabalhadores, concentradas nesses espaços, romperam com a natureza do trabalho de épocas anteriores. No surgimento dessa classe e em suas peculiares condições de trabalho e de vida podemos localizar a origem do sindicalismo e de novas ideologias, como o socialismo.


As cidades começaram a crescer de forma muito significativa. Se a chegada da população rural às cidades foi uma das causas da Revolução Industrial, esse fenômeno posteriormente se multiplicou. Ao mesmo tempo em que a mecanização do campo caminhava lado a lado com a introdução de novas tecnologias, aumentava-se a mão-de-obra excedente. Como consequência, o êxodo rural para as zonas industriais modificou a estrutura e o tamanho das cidades. Esse fato fez com que as condições de vida, principalmente do ponto de vista higiênico sanitário, fossem muito precárias. Muitas pessoas conviviam em espaços confinados em um ambiente onde os serviços, como esgoto ou acesso à água potável, eram deficientes e isso gerava problemas de saúde significativos.


Os salários pagos mal davam para que um operário sustentasse sua família, levando para o trabalho também mulheres e crianças. Estes, por sua vez, recebiam valores inferiores aos homens, muitas vezes realizando o mesmo trabalho.





Tivéssemos dez mãos, nós a usaríamos todas.

Depois de pôr as crianças na cama, com maior carinho

Preparamos tudo para a volta dos homens ao lar;

Eles jantam e vão para a cama sem demora.

E descansam bem até o dia seguinte;

Enquanto nós, ai! Só podemos tirar um pouco de sono

Porque os filhos teimosos choram e gritam.

[...]

Nossa labuta é todos os dias tão extrema

Que quase nunca há tempo de sonhar.


(Adaptado de THOMPSON, E.P. Costumes em comum. São Paulo: Cia das Letras, 1998.)

 
 
 

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