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Documentos Históricos

Sendo o documento histórico a principal fonte para o historiador, não deixa também
de ser para o professor um recurso didático dos mais adequados para desenvolver
o raciocinio e a criatividade de seus alunos.

Documentos do Brasil Colônia

Os indígenas vistos pelos europeus

Relato de Pero de Magalhães Gândavo sobre os indígenas. Aproximadamente 1570

Ideias Religiosas

O Pe. José de Anchieta escreve, em 1584, a informação do Brasil e de suas Capitanias destacando temas religiosos relativos à catequese do gentio.

A agricultura

Os franceses no Rio a chamada França Antártica, em 1555.
Com a expedição de Villegaignon (1555) chegou ao Brasil ANDRÉ THEVET,
humanista e capelão de Catarina de Médicis, aqui permanecendo alguns meses.

Os indígenas vistos pelos europeus

Habitação e Governo entre os indígenas
Os índios andam nus sem nenhuma cobertura. Vivem em aldeias com sete ou oito casas. Cada casa está cheia de gente e nela cada um tem sua rede de dormir armada. Não há entre eles nenhum Rei, nem Justiça , somente em cada aldeia tem um principal!
que é como capitão, ao qual obedecem por vontade e não por força. Vai com eles à guerra, aconselha-os na luta, mas não castiga seus erros. Este principal tem três ou quatro mulheres, mas tem a primeira em mais conta que as outras. Não adoram coisa alguma nem acreditam que há depois da morte glória para os bons, e pena para os maus. Assim vivem bestialmente sem ter conta nem peso nem medida.


                                                                                                                              (Pero de Magalhães Gandavo. Tratado da Terra do Brasil. 1570?)

Ideias Religiosas

Nenhuma criatura adoram por Deus, somente os trovões cuidam que são Deus, mas nem por isso lhes fazem honra alguma. Não têm ídolos nem sortes, nem comunicação com o demônio, mas têm medo dele. As vezes, o matam nos matos a pancadas, ou nos rios, e, para que lhes não faça mal, em alguns lugares lhe deixam alguma flecha ou penas ou outra coisa como oferta.
Têm notícia do dilúvio, mas muito confusa. Também lhes ficou dos antigos notícias de dois homens que andavam entre eles, um bom e outro mau; ao bom chamaram "Çumé", que deve ser o apóstolo São Tomé. Dizem que lhes fazia boas obras mas não se lembram
em particular de nada.

                                                                                                                        (José de Anchieta, Informação do Brasil  e de suas capitanias. 1584)

A agricultura

Suas plantações são pequenas, não passando de algumas roças localizadas próximo da aldeia.
Além de uma espécie de milho - que é o único cereal que têm - plantam também certas raízes. Fazem duas colheitas por ano.
E assim que preparam suas terras de cultivo: primeiramente, cortam o mato, deixando em pé apenas as árvores mais altas que um  homem. Depois, ateiam fogo nos troncos e ervas, roçando e limpando todo o terreno. Em seguida, sulcam a terra com certos instrumentos de madeira ( ou de ferro, depois que tiveram conhecimento destes). Em seguida, as mulheres plantam o milho indígena e certas raízes escavando com os dedos uma cova , como se usa entre nós quando plantamos ervilhas e favas.
Os selvagens fabricam a farinha dessas raízes conhecidas entre nós pelo nome de mandioca.
O modo de fazer a farinha é o seguinte: raspam-se as raízes secas ou tenras com uma grossa casca de árvore toda engastada de pedrinhas bem duras (do mesmo modo como se faz aqui com a noz-moscada). Depois, a massa é misturada à água e levada ao fogo numa vasilha, mexendo-se bem esta papa até que se formem pequenos caroços de farinha. Esta farinha, além do ótimo sabor que apresenta enquanto é nova, constitui também um excelente alimento. Usam-na os selvagens como acompanhamento de carnes ou de peixes, assim como nós usamos o pão.
É muito estranho o modo pelo qual os selvagens comem a farinha, pois jamais levam a mão à boca, e sim arremessam, com os dedos, punhados de farinha de uma certa distância, no que são extraordinariamente hábeis. Por isso, riem-se dos cristãos pelo fato de comerem de modo diferente.
                                                                                                                                     (André Thevet. As singularidades da França Antártica. 1557).

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